A Recomposição das Aprendizagens não pode parar!

Em 2023, a recomposição das aprendizagens na educação básica foi um dos temas mais importantes no contexto escolar, e, em 2024, a prática continua sendo uma prioridade para educadores e redes. Diante dos desafios impostos pelos últimos anos, é vital que as secretarias de educação, tanto municipais quanto estaduais, e as escolas adotem estratégias robustas para mitigar distorções de idade-série e garantir a consolidação adequada das habilidades dos alunos.

É fundamental compreender que a recomposição das aprendizagens não se restringe a um único nível de ensino, mas abrange desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio. A atenção deve ser dedicada a cada etapa do percurso educacional, a fim de garantir que nenhum aluno seja deixado para trás e que todas as lacunas de aprendizagem sejam devidamente endereçadas antes que ele prossiga em sua jornada.

Durante o ano de 2023, testemunhamos esforços significativos por parte das escolas e dos educadores para diminuir essa lacuna, como na visita ao município de Cruz, no Ceará, em dezembro, por exemplo. Agora, é crucial entender que o trabalho não termina aí. O ciclo de recomposição deve persistir, com uma visão de longo prazo, pois somente assim poderemos garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade e desenvolva habilidades estruturantes para progredir entre as etapas.

O papel de cada um 

A comunidade escolar deve trabalhar em conjunto para identificar, abordar e superar as lacunas de aprendizagem dos alunos, garantindo que todos tenham oportunidades iguais de desenvolvimento acadêmico e pessoal.

Mas, para que esta recomposição realmente aconteça, é essencial o envolvimento de toda a comunidade escolar e que o papel de cada um esteja bem definido. E quais são esses deveres e atividades de cada área?

A equipe técnica das Secretarias de Educação fornece diretrizes e assistência técnica para implementar estratégias de recomposição da aprendizagem, abrangendo a organização de sistemáticas, unindo aspectos como currículo, formação, materiais didáticos e avaliação, para garantir uma coerência coordenada pela própria SEDUC no que os alunos devem assimilar e consolidar.

A figura da Direção Escolar apoia diretamente os atores envolvidos sempre que necessário. Articula e mobiliza os estudantes e as famílias para a realização das ações previstas. Com a equipe pedagógica, planeja as estratégias de acompanhamento desde os resultados iniciais até os finais, fornecendo suporte e recursos necessários para a implantação de estratégias eficazes, além de monitorar o progresso e os resultados alcançados.

A Coordenação Pedagógica age no apoio aos professores, devendo promover a formação dos (as) professores (as) às novas metodologias de ensino que coloquem o estudante no centro da aprendizagem, compreenderem a priorização curricular e na aplicação das aprendizagens que visam mitigar as defasagens.

Aos Professores, são eles que vão identificar inicialmente as lacunas de conhecimento dos alunos, planejar e implementar atividades de ensino que atendam às necessidades individuais de cada estudante, oferecendo apoio personalizado e feedback construtivo. Participam também de formações continuadas guiadas pela escola ou rede de ensino. Colocam em prática ações que contemplam o acolhimento do estudante e a recomposição das aprendizagens.

Chegando na ponta, os (as) Estudantes realizam avaliações iniciais propostas pelo (a) professor (a). Vivenciam as atividades estruturadas e propostas pela rede, a fim de mitigar suas defasagens e desenvolvem as ações de recomposição para desenvolver tanto as habilidades estruturantes quanto as competências socioemocionais!

Recomposição contínua em 2024

Há cerca de 2 anos, boa parte das escolas brasileiras ainda estavam em um cenário de aulas reduzidas ou nenhuma aula. O efeito da pandemia, mesmo que já tenha passado em grande escala, é mais profundo do que gostaríamos na educação pública do país.

Com um ensino irregular, a progressão de etapas ocorreu sem que os estudantes tenham consolidado todas as habilidades essenciais e estruturantes para o seu desenvolvimento. Agora, imagine isso ocorrendo nos Anos Iniciais, Finais e no Ensino Médio de escolas de todo o país.

A recomposição das aprendizagens é o caminho adotado para diminuir essas defasagens, escolhendo ações e atividades que priorizem a consolidação dessas habilidades ao longo do ano, evitando maior acúmulo de defasagens.

De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a recomposição das aprendizagens repousa sobre cinco pilares fundamentais, essenciais para concluir o ciclo educacional sem lacunas de aprendizagem. Estes incluem reintegrar os alunos no ambiente escolar, realizar avaliações periódicas dos níveis de aprendizagem, priorizar o ensino de habilidades essenciais, aprimorar a eficácia do processo de ensino, e implementar programas de recuperação intensiva. Além disso, é vital promover a saúde psicossocial e o bem-estar dos estudantes, constituindo etapas essenciais desse processo.

Apoiando a implementação e seguindo os direcionamentos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), buscamos apoiar ativamente as instituições educacionais nessa jornada de recomposição e, em 2024, um dos nossos principais objetivos é oferecer suporta especializado às secretarias de educação e às escolas, fornecendo-lhes as ferramentas e estratégias necessárias para enfrentar os desafios educacionais do momento.

O Reúna reafirma seu compromisso em apoiar as secretarias de educação e as escolas nesse processo contínuo, enquanto destaca a importância do envolvimento dos educadores. É somente através de esforços conjuntos e uma visão de longo prazo que poderemos alcançar uma educação igualitária e de qualidade para todos os alunos.